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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

8 erros históricos do filme Gladiador



Segundo o historiador inglês Peter Burke, nós enxergamos a história através dos olhos daqueles que a “inventam”, e os filmes épicos e de drama histórico são um bom exemplo disso. O fato é que, independente de sua precisão, os filmes têm maior apelo e exercem maior influência sobre o grande público do que qualquer pesquisa, documentário e obra acadêmica.

Mas, verdade seja dita, os épicos históricos de Hollywood não são planejados para ensinar, mas sim para entreter e principalmente render lucros. Dessa forma, a licença poética geralmente é usada para “temperar” a história e potencializar o interesse do público, ou resumidamente falando, vender mais.

Tomemos como exemplo o filme Gladiador de 2000, dirigido por Ridley Scott, com Russel Crowe no papel principal. Ainda que haja historiadores que o elogiem e digam que o filme retrata bem alguns aspectos da Roma Antiga, o filme sofre também críticas por apresentar muitas imprecisões históricas.

Veja abaixo 8 exemplos de falhas do filme quando o assunto é precisão histórica.

1. BALISTAS E CATAPULTAS SENDO UTILIZADAS NUMA FLORESTA

Apesar de tais armas terem existido – e ajudado a criar uma grandiosa cena de abertura para o filme – é quase certo que elas não foram usadas naquele tipo de conflito. Eram equipamentos mais práticos e eficazes quando aplicados ao sitiar cidades. Devido ao peso dessas armas, eram pouco viáveis em batalhas de campo aberto, especialmente em meio a tantas árvores como no início do filme.

GRAVURA DE 1552 DE UMA BALISTA ROMANA


2. AS LUTAS DE GLADIADORES BANIDAS POR ORDEM DE MARCUS AURELIUS

O que aconteceu na verdade foi o contrário, o Imperador fez uso do bom e velho “pão e circo” ao decretar que os combates entre gladiadores continuassem e assim a população se manteria entretida e menos preocupada com a economia que não ia muito bem.

3. A RESTAURAÇÃO DA REPÚBLICA PLANEJADA POR MARCUS AURELIUS

Não existem evidências de que o Imperador ou o Senado quisessem fazer de Roma novamente uma republica ou que tivessem intenção de acabar com o Império. Os que ascendiam ao posto de Imperador não eram contrários àquele sistema. Tudo indica que essa liberdade artística foi adotada para evocar os ideais democráticos do século 21.

4. O PERSONAGEM MAXIMUS DECIMUS MERIDIUS

O herói do filme, campeão do povo de Roma e carrasco do perverso Commodus nunca existiu. Talvez o personagem tenha sido uma mistura de várias figuras históricas, como Taruttienus, o comandante das forças romanas contra as tribos germânicas em 179, ou Narcissus, o lutador romano que realmente matou Commodus ou talvez Tiberius Claudius Pompeianus, sírio-romano de Antioquia, general preferido por Marcus Aurelius e que se casou com sua filha, Lucila.

A história e o ímpeto de Maximus também se assemelha à de Spartacus, o escravo trácio que se tornou gladiador, se rebelou contra Roma, liderou um exército de escravos e venceu nove memoráveis batalhas antes de ser derrotado.

5. MARCUS AURELIUS NOMEAR MAXIMUS COMO SUCESSOR

JOAQUIM PHOENIX COMO COMMODUS E RICHARD HARRIS COMO MARCUS AURELIUS


Até que existia a tradição de nomear Imperadores “adotivos”, quer dizer, que não fossem filhos biológicos do predecessor. Mas a história atesta que Marcus Aurelius não se apegou a esse costume e, apesar das “peculiaridades” de Commodus, ele nomeou seu filho como sucessor e herdeiro. E é óbvio mencionar que, por se tratar de um personagem fictício, nunca houve a possibilidade de Maximus ter concorrido ao posto.

6. O VERDADEIRO IMPERADOR COMMODUS 

Commodus tinha 18 anos na época em que Marcus Aurélius morreu. É descrito como alto, musculoso e loiro. Ele enfrentava gladiadores e se orgulhava de ter obtido 620 vitórias. Isso é o que ele mesmo escreveu e provavelmente é verdade, já que seus oponentes preferiam se render para que, desse modo, não morressem após desonrar o Imperador. Mas é sabido que, quando praticava, ele costumava matar seus parceiros de treino.

Embora no filme ele já seja retrata como uma pessoa, digamos, difícil, os escritos sobre o Commodus histórico mostram que ele era absurdamente pior. Ele era estúpido, sádico, covarde e excessivamente passional. Dizem que era tão belo quanto cruel.  Gostava de passar o tempo abatendo animais exóticos como leões, avestruzes e girafas em caçadas – estrategicamente facilitadas – dentro das arenas de Roma. Ele também costumava executar feridos e veteranos provenientes das guerras de roma, e fazia isso aos olhos do público.

7. O USO DO LATIM

Algumas palavras foram mudadas de latim para italiano – por exemplo, o personagem Proximo, que deveria ser Proximus. E houve também casos de combinação dos dois idiomas Há uma placa em que se lê ‘LUDUS MAGNUS GLADIATORES’, quando o certo seria ‘LUDUS MAGNUS GLADIATORUM’. Nesse caso os erros são simples e até poderiam passar batido, mas levando em conta a grandeza da produção por trás desse filme, por que não fazer correto?

8. COMMODUS SER MORTO POR UM GLADIADOR

O Imperador Commodus não foi executado na arena como mostrado no filme. Ele morreu vítima de homicídio devido a uma conspiração política. Primeiro sua amante o envenenou, mas ele vomitou e expeliu todo o veneno, então os conspiradores enviaram seu treinador e parceiro de lutas, Narcissus, que o estrangulou durante o banho.

ESTÁTUA DE COMMODUS VESTIDO COMO HÉRCULES. ELE TAMBÉM ERROU, E ERROU FEIO



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