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domingo, 28 de janeiro de 2018

Problemas sociais nas cidades do Brasil



O processo de urbanização no Brasil se intensificou a partir da década de 1950. As atividades industriais se expandiram, atraindo cada vez mais pessoas para as cidades.
Porém, a urbanização sem um devido planejamento tem como consequência vários problemas de ordem social. O inchaço das cidades, provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de uma infraestrutura adequada gera transtornos para a população urbana.

As grandes cidades brasileiras enfrentam diversos problemas, destacam-se as questões da moradia, desemprego, desigualdade social, saúde, educação, violência e exclusão social.

O acesso à moradia com as devidas condições de infraestrutura (saneamento ambiental, asfalto, iluminação, etc.) não atinge todas as camadas da população brasileira. É cada vez mais comum o surgimento e ampliação de favelas desprovidas de serviços públicos. Outro agravante são as pessoas que não conseguem obter renda suficiente para ser destinada à habitação, e acabam utilizando as ruas da cidade como espaço de moradia.

A educação de baixa qualidade gera vários transtornos, pois parte da população não consegue obter qualificação profissional exigida pelo mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Com isso, ocorre o aumento do desemprego e se intensificam atividades como as desenvolvidas por vendedores ambulantes, coletores de materiais recicláveis, flanelinhas, entre outras do mercado informal.

Os serviços públicos de saúde, na sua maioria, apresentam problemas estruturais, com filas imensas e demoradas, ausência de aparelhos e medicamentos, pequeno número de funcionários, ou seja, total desrespeito com o cidadão que necessita desse serviço.

Um dos problemas urbanos que mais preocupa a população atualmente é a violência, pois todos estão vulneráveis aos crimes que ocorrem, principalmente nas grandes cidades do Brasil. Diariamente têm-se notícias de assassinatos, assaltos, sequestros, agressões, e outros tipos de violência. Esse fato contribui bastante para que a população fique com medo, e o que é pior, muitos já não confiam na segurança pública.

Um dos problemas característicos dos países em desenvolvimento é a desigualdade social, no Brasil não é diferente. Isso ocorre entre as Regiões, Estados, Cidades e Bairros, refletindo em aspectos como a qualidade de vida, educação, segurança, entre outros. Uma pequena parcela da população brasileira é muito rica, enquanto a maioria é pobre; o que é um reflexo da grande desigualdade na distribuição de renda.

Políticas públicas devem ser desenvolvidas para proporcionar uma distribuição de renda mais igualitária, diminuindo a disparidade entre a população. Investimentos em serviços públicos se fazem necessários (educação, saúde, moradia, segurança, etc.) de forma que eleve a qualidade de vida e, principalmente, dignidade para os cidadãos brasileiros.

Fonte: Mundo Educação



quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O Patriota


Benjamin Martin (Mel Gibson) foi o herói de um violento conflito. Desde o término da guerra ele renunciou à luta, vivendo em paz com sua família. Quando os ingleses levam a guerra da independência americana para dentro de sua casa, Benjamin não vê outra saída a não ser pegar nas armas novamente, desta vez acompanhado por seu filho idealista (Heath Ledger), e liderar uma brava rebelião em uma batalha contra o implacável e equipado exército britânico.






Snowdeen – Herói ou Traidor (2016)


Sinopse: Ex-funcionário terceirizado da Agência de Segurança dos Estados Unidos, Edward Snowden torna-se inimigo número um da nação ao divulgar a jornalistas uma série de documentos sigilosos que comprovam atos de espionagem praticados pelo governo norte-americano contra cidadãos comuns e lideranças internacionais.






Filhos e netos de nazistas relatam trauma de lidar com passado sombrio


Para os alemães que trazem na assinatura sobrenomes como Himmler, Goering e Goeth, que pertenceram a membros infames do Partido Nazista, a Segunda Guerra Mundial é ainda um assunto rodeado de traumas e um período obscuro nas memórias de família.

Rainer Hoess é neto de Rudolf Hoess, (que não deve ser confundido com o vice-líder nazista Rudolf Hess) primeiro comandante do campo de concentração de Auschwitz. Seu pai cresceu em uma vila anexa ao campo, a pouca distância das câmaras de gás, onde brincava, junto com os irmãos, com brinquedos fabricados pelos prisioneiros.

Rainer se lembra quando sua mãe mostrou a ele, ainda quando criança, um baú à prova de fogo, com uma grande suástica na tampa. No baú, muitas fotos de família mostrando seu pai, criança, brincando com os irmãos nos jardins da casa onde moravam.

A avó de Rainer pedia aos filhos que lavassem os morangos que comiam. As frutas eram cultivadas no campo e, segundo a avó de Rainer, tinham o cheiro das cinzas dos fornos de Auschwitz.

"É difícil explicar a culpa, mesmo que não exista razão de eu sentir culpa. Mas eu ainda carrego isto, eu carrego a culpa em minha mente", contou Rainer Hoess.

"Também sinto vergonha, é claro, pelo que minha família, meu avô fez a milhares de outras famílias."O pai, filho de Rudolf Hoess, nunca abandonou a ideologia nazista e Rainer perdeu o contato com ele.

Visita

Foi apenas depois dos 40 anos que Rainer finalmente visitou Auschwitz, para enfrentar "a realidade do horror e das mentiras que tive todos estes anos em minha família".

Ao ver a casa onde o pai passou a infância, Rainer conseguia apenas repetir a palavra "insanidade" e, no centro de visitantes, se encontrou com descendentes das vítimas de Auschwitz.

Muitos dos descendentes choraram ao contar suas histórias e uma jovem israelense não conseguia acreditar que Rainer tinha ido até o campo para falar com eles.

Enquanto ele falava de sua culpa e vergonha, um sobrevivente disse a Rainer que os familiares dos nazistas não devem ser culpados pelas atrocidades.

"Receber a aprovação de alguém que sobreviveu àqueles horrores e saber com certeza que não foi você, que você não fez aquilo. Pela primeira vez você não sente o medo ou vergonha, mas felicidade, alegria", disse.

Livro

Katrin Himmler resolveu escrever um livro para lidar com a culpa de ter Heinrich Himmler em sua família.

Himmler, um dos arquitetos do Holocausto, era tio-avô de Katrin. O avô e outro irmão também eram membros do Partido Nazista.

"É um fardo muito pesado ter alguém como ele na família, tão próximo. É algo que fica com você", disse.

Ela escreveu o livro The Himmler Brothers: A German Family History ("Os Irmãos Himmler: História de uma Família Alemã", em tradução livre), em uma tentativa de "trazer algo positivo" para o nome Himmler.

Rudolf Hess (dir.) e Hermann Goering durante o julgamento de Nuremberg

"Tentei da melhor forma me distanciar disto, enfrentar de forma crítica. Eu não preciso mais ficar envergonhada desta conexão de família."

Para Katrin, os descendentes de criminosos de guerra nazistas parecem ter duas opções extremas.

"A maioria decide cortar totalmente a relação com os pais, para que possam tocar suas vidas, para que a história não os destrua. Ou então optam pela lealdade e amor incondicionais, e limpar todas as coisas negativas."

Ela mesma pensou que tinha um bom relacionamento com o pai até que decidiu pesquisar o passado da família. Ele tinha muita dificuldade em falar do passado.

"Eu só entendi como era difícil para ele quando percebi o quanto era difícil para mim aceitar que minha própria avó era uma nazista."

"Eu a amava muito,(...) foi muito difícil quando encontrei as cartas dela e descobri que ela mantinha contato com os velhos nazistas e que ela enviou uma correspondência para um criminoso de guerra condenado à morte. Me deixou doente."

'Lista de Schindler'

Monika Hertwig é filha de Amon Goeth, o comandante sádico do campo de concentração de Plastow, interpretado pelo ator britânico Ralph Fiennes no filme A Lista de Schindler, de Steven Spielberg.

Ela era apenas um bebê quando Goeth foi julgado e condenado à morte. Monika foi criada pela mãe e, durante a infância, tinha uma visão distorcida do que acontecia em Plastow.

"Eu tinha esta imagem que criei (que) os judeus em Plastow e Amon eram uma família."

Monika Goeth chegou a ser chicoteada com um fio elétrico na adolescência ao questionar seu passado

Quando era adolescente, ela questionou a mãe e foi chicoteada com um fio elétrico.

Apenas quando assistiu ao filme de Spielberg, Monika soube de todo o horror causado por seu pai e contou que "foi como ser atingida".

"Eu pensava que isto (o filme) tinha que parar, em algum momento eles tem que parar de atirar, pois se não pararem, vou enlouquecer aqui dentro deste cinema."

Ela saiu da sala em choque.

Esterilização

Já Bettina Goering, sobrinha-neta de Hermann Goering, o primeiro na linha de poder do Partido Nazista depois de Adolf Hitler, optou por uma medida bem mais drástica para lidar com o legado de sua família.

Ela e o irmão optaram pela esterilização.

"Nós dois fizemos... para que não existam mais Goerings. Quando meu irmão fez, ele me disse: 'Cortei a linha'", explicou Bettina.

Perturbada pela semelhança com o tio-avô, ela deixou a Alemanha há mais de 30 anos e agora vive em um local remoto do Estado americano do Novo México.

"É mais fácil lidar com o passado de minha família à distância", disse.

Fonte: BBC Brasil




Doutrinando a Juventude

Membro da "Juventude Hitlerista" posa para uma foto em Bruehl, na Renânia, em 1934. Em 1939, a associação aos grupos de jovens nazistas torna-se obrigatória para todos os meninos e meninas entre 10 e 18 anos.


"Muitos desses meninos e meninas que se juntam às nossas organizações aos 10 anos de idade, pela primeira vez na vida recebem um pouco de ar puro; depois de quatro anos [inseridos na organização] “Povo Jovem” eles unem-se à “Juventude Hitlerista, onde permanecem por mais quatro. Se, ainda assim, eles não tenham se tornado nacional-socialistas por completo, eles entram para o “Serviço de Mão-de-Obra”, e ali são lapidados por seis ou sete meses mais… E se ainda sobrar [dentro deles] alguma consciência de classe ou status social, . . as Wehrmacht [forças armadas alemãs] cuidarão disto”. — Adolf Hitler (1938)

A partir da década de 1920, o Partido Nazista concentrou suas atividades junto aos jovens alemães como público alvo de sua propaganda. As mensagens enfatizavam que o Partido era um movimento jovem: dinâmico, resistente, olhando para o futuro e cheio de esperanças. Milhões de jovens alemães foram convencidos do valor positivo do nazismo em salas de aula e através de atividades extra-curriculares. Em janeiro de 1933, a Juventude Hitlerista contava com 50.000 membros, mas no final daquele mesmo ano aquele número já havia ultrapassado 2 milhões de participantes. Em 1936, o número de associados à Juventude Hitlerista já havia chegado à casa dos 5.4 milhões, até que a associação tornou-se compulsória em 1939. As autoridades alemãs da época proibiam ou dissolviam as demais organizações jovens vistas como concorrentes.

A Educação no Regime Nazista

No Terceiro Reich, a educação serviu para doutrinar os alunos com a visão do mundo Nacional-Socialista. Os acadêmicos” e “educadores” nazistas glorificavam os povos nórdicos e outras raças por eles designadas como "arianas", denegrindo os judeus e outros povos chamados de inferiores como "raças bastardas", parasitas, incapazes de criar uma cultura ou civilização [OBS: esquecendo-se propositalmente da civilização judaico-cristã]. Após 1933, a administração do sistema das escolas públicas do regime nazista expulsou os professores considerados judeus e aqueles considerados "não confiáveis politicamente". Os que não foram expulsos, não só não apoiaram seus antigos colegas, como permaneram em seus postos e ainda se uniram à Liga de Professores Nacional-Socialistas, i.e. nazista. No ano de 1936, 97% dos professores das escolas públicas já haviam se filiado à mencionada Liga (cerca de 300.000 pessoas). Na verdade, dentre as categorias profissionais filiadas ao Partido Nazista, a dos educadores foi a de maior número.

Nas salas de aula e nas atividades da Juventude Hitlerista, a educação era direcionada para produzir alemães racistas, obedientes e preparados para se sacrificar até a morte pelo Führer e pela nação nazista. A devoção a Adolf Hitler era um componente-chave do doutrinamento da Juventude Hitlerista. Os jovens alemães comemoravam o aniversário de seu líder, no dia 20 de abril, como feriado nacional, para conseguir a adesão de mais associados. Os adolescentes alemães juravam lealdade a Hitler e se comprometiam a servir à nação e ao seu líder como soldados no futuro.

As escolas cumpriram uma função de enorme importância na disseminação das ideias nazistas entre os jovens. Enquanto os censores proibiam o uso de livros tradicionais das salas de aula, os educadores nazistas introduziam novos textos e ensinavam aos estudantes o amor a Hitler, a obediência à autoridade do Estado, o militarismo, o racismo e o anti-semitismo.

Desde o primeiro dia na escola, as crianças alemãs eram inculcadas com o culto a Adolf Hitler, e o retrato de seu líder estava sempre pendurado nas paredes de todas as salas de aula. Os textos estudantis frequentemente descreviam a emoção de uma criança ao ver o líder alemão pela primeira vez.

Jogos de tabuleiros e brinquedos infantis serviram também como forma de disseminar a propaganda racial e política nazista para os jovens alemães. Os brinquedos eram utilizados como veículos de propaganda para doutrinar as crianças para aceitar uma doutrina militarista.

Organizações Juvenis

A “Juventude Hitlerista” e a “Liga das Meninas Alemãs” foram as principais entidades através das quais os nazistas perpassaram sua propaganda para formular as crenças, e dirigir o pensamento e as ações dos jovens alemães. Os líderes juvenis utilizavam atividades em grupo rigorosamente controladas e ensinavam como desenvolver eventos de cunho propagandístico, tais como efetuar comícios de massa repletos de rituais e espetáculo, de forma a criar a ilusão de uma comunidade nacional que ultrapassasse todas as divisões religiosas e de classe que caracterizavam a Alemanha antes de 1933.

Fundada em 1926, a “Juventude Hitlerista” tinha por objetivo original treinar os jovens para entrar nas “Tropas de Choque”, as SA, uma formação para-militar do Partido Nazista [criada para intimidar os oponentes do regime]. A partir de 1933, quando o nazismo chegou ao poder, os líderes juvenis buscavam integrar aqueles jovens à comunidade nacional nazista e prepará-los para servirem como soldados nas forças armadas ou, posteriormente, nas SS.

Em 1936, a associação aos grupos de jovens nazistas tornou-se compulsória para todos os jovens de 10 a 17 anos. As reuniões eram após as aulas nas escolas, e as viagens de acampamento nos finais de semana, sempre patrocinadas pela “Juventude Hitlerista” e pela “Liga das Meninas Alemãs, que os treinavam para se tornarem leais ao Partido Nazista e aos futuros líderes do estado nacional-socialista. Até setembro de 1939 mais de 765.000 jovens ocuparam cargos de liderança nas organizações de jovens nazistas, as quais os preparavam para funções em postos militares ou como burocratas nas organizações de ocupação alemã [em territórios estrangeiros].

A “Juventude Hitlerista” combinava esportes e atividades ao ar livre com o doutrinamento ideológico. Da mesma forma, a “Liga das Meninas Alemãs” enfatizava o atletismo em equipe, tais como a ginástica rítmica, considerada pelas autoridades de saúde alemãs menos pesadas para o corpo feminino e mais adequadas para prepará-lo para a maternidade. A exibição pública dos valores nazistas encorajava jovens homens e mulheres a abandonarem sua individualidade em prol dos objetivos da coletividade “ariana”.

Serviço Militar

Quando atingiam 18 anos, os jovens do sexo masculino eram obrigados a se apresentar imediatamente às forças armadas ou ao Serviço de Mão-de-obra do Reich, atividades para as quais a “Juventude Hitlerista” os havia preparado. O material de propaganda incitava a uma devoção ainda mais fanática à ideologia nazista que anteriormente, mesmo quando os militares alemães sofriam derrota após derrota.

Em setembro de 1944, quando os exércitos dos países Aliados atravessaram as fronteiras alemãs e entraram em seu território, o regime nazista convocou jovens abaixo de 16 anos para defender o Reich, juntamente com idosos acima de 60, para as unidades entituladas Volkssturm (Tormenta Popular).

Após a rendição incondicional das forças armadas alemãs em maio de 1945, alguns jovens alemães continuaram lutando em uma forma de guerrilha conhecida como “Lobisomens”. No ano seguinte, as autoridades da ocupação dos países Aliados exigiram que os jovens alemães passassem por um processo de “desnazificação” e treinamento para a democracia, desenvolvidos especialmente para combater os efeitos de doze anos de propaganda nazista.

Fonte: Enciclopédia do Holocausto



quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Socialismo



O socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu entre o fim do século XVIII e a primeira metade do século XIX, no contexto da Primeira Revolução Industrial. Baseada sobretudo no princípio de igualdade, a corrente socialista emergiu como uma forma de repensar o sistema capitalista que vigorava na época. De uma forma geral, quando falamos em socialismo frequentemente associamos o termo à corrente marxista, mas essa não é a única forma de socialismo existente.

A partir do século XX, ocorreram no mundo várias tentativas de implementação de regimes socialistas. Atualmente, alguns países afirmam apresentar um sistema baseado em tais princípios, mas será que eles são mesmo socialistas? Descubra como funciona o socialismo, quais são os seus principais pensadores e de que formas essa doutrina se apresenta no mundo contemporâneo.

COMO SURGIU O SOCIALISMO?

No final do século XVIII, a Europa passava por um processo que gerou mudanças em todas as esferas da sociedade: a Revolução Industrial. Essa revolução não só modificou a economia dos países europeus, mas também causou grandes transformações sociais. Com a modificação dos meios de produção e, por consequência, o surgimento do ambiente fabril, o sistema capitalista entrava em uma nova fase: ele deixava de ser o capitalismo comercial mantido desde o século XV para assumir a forma de um novo capitalismo industrial.

Com a crescente expansão das indústrias, as cidades cresciam rapidamente, sem qualquer planejamento. Ao mesmo tempo, muitos trabalhadores migraram do meio rural para as cidades, onde a produção fabril empregava a maior parte da mão-de-obra.

Enquanto isso, a sociedade europeia se dividia entre dois grandes grupos: de um lado, um proletariado que nada possuía além da própria mão-de-obra; do outro, uma classe burguesa que detinha a maior parte da riqueza produzida. Essa segregação social se refletia na organização da cidade, com os trabalhadores pobres sendo deslocados para as margens da área urbana, onde predominava a miséria.

Esse novo proletariado fabril encontrava-se sob as mais duras condições de trabalho, onde não existia qualquer meio legal de proteção: os salários eram baixos e as jornadas diárias de trabalho chegavam a 16 horas, não possuíam direito a nenhum dia de descanso; não existia limite de idade, as crianças trabalhavam desde cedo e os idosos não tinham direito à aposentadoria; além disso, contavam com péssimas condições de segurança no ambiente de trabalho.

Neste contexto de pleno desenvolvimento do capitalismo, mas ao mesmo tempo de rápido aumento da miséria, alguns intelectuais passaram a buscar alternativas que pudessem melhorar esse cenário social. Foi em resposta a esses problemas que pensadores criaram a teoria socialista, como um caminho para organizar uma sociedade onde não houvesse desigualdades.

Os primeiros pensadores dessa corrente foram Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen. Cada um à sua maneira, esses autores fizeram parte da primeira forma de apresentação da ideologia socialista, mais tarde denominada socialismo utópico. Posteriormente, surge o socialismo científico, tendo como teóricos mais notáveis os alemães Friedrich Engels e Karl Marx.

O Liberalismo era a corrente de pensamento dominante no período da Revolução Industrial.

O SOCIALISMO UTÓPICO

O socialismo utópico foi a primeira corrente socialista, desenvolvida ainda durante a Primeira Revolução Industrial. Um dos seus grandes estudiosos foi o filósofo e economista francês Claude-Henri de Rouvroy, mais conhecido por Conde de Saint-Simon.

Para ele, era importante que as classes prósperas entendessem que melhorar as condições de vida dos mais pobres implicaria na melhoria de suas próprias condições de vida. Assim, o objetivo das instituições sociais seria o de melhorar intelectual, moral e fisicamente, as condições da classe mais pobre e numerosa. Tudo isso através do progresso industrial e científico.

Saint-Simon foi um crítico do “tripé de dominação social”, formado pelo clero, a nobreza e os militares. Diferente de outros pensadores socialistas, não defendia o fim da propriedade privada e nem a revolução como caminho para a reformulação da sociedade. Além disso, Saint-Simon era favorável a uma forte interferência do Estado sobre a economia.

Outro teórico do socialismo utópico foi Charles Fourier. Ele propôs a criação de sociedades comunitárias e independentes, ainda que dentro da sociedade capitalista. Essas comunidades viveriam isoladas da sociedade, dependeriam do capital privado e não buscariam igualdade absoluta. Nelas haveria incentivo à eficiência industrial e, apesar de existir diferença de renda, esses rendimentos não seriam tão destoantes.

A comunidade idealizada por Fourier tornaria todos mais felizes e resultaria em aumento da produção. Ainda assim, Fourier nunca conseguiu colocar sua comunidade ideal em prática.

Assim como Fourier, Robert Owen também idealizou a criação de comunidades independentes dentro de uma sociedade maior. Contudo, suas comunidades visavam a igualdade absoluta, onde a única hierarquia seria baseada na idade. Nelas, a unidade de troca seria a hora de trabalho.

Diferente de Fourier, Owen conseguiu colocar sua comunidade em prática. Nela, os empregados eram pagos com altos salários e trabalhavam menos horas do que em outro lugar. Além disso, os trabalhadores eram sustentados por Owen durante crises econômicas e os sócios recebiam um valor limitado de lucros, aplicando o resto do dinheiro na melhoria da comunidade.

Contudo, as comunidades de Owen só funcionavam sob sua supervisão. Com o tempo, as brigas internas e entre seus sócios levaram essas comunidades ao fim.

Os socialistas utópicos enxergavam a indústria como o caminho para o desenvolvimento econômico e, com isso, para a melhoria de vida da população. Diferente dos socialistas científicos, não defendiam o fim do sistema capitalista como um passo necessário para se atingir uma sociedade justa e igualitária.

As formulações destes socialistas eram modelos idealizados de sociedade, por isso o nome de socialismo utópico. Marx criticou esse sistema ao apontar que, apesar dos socialistas utópicos apresentarem ideais de uma sociedade mais justa e igualitária, não mostraram os instrumentos e métodos necessários para que esses objetivos fossem atingidos.


O SOCIALISMO CIENTÍFICO

O socialismo científico foi criado no século XIX, pautado em uma análise histórica e científica do capitalismo. Por ter como pensadores Friedrich Engels e Karl Marx, o socialismo científico é muito conhecido como marxismo. Segundo Marx e Engels, em todas as épocas históricas a sociedade foi marcada pela luta de classes, sendo essa relação caracterizada pelo antagonismo entre uma classe opressora e uma oprimida. No sistema capitalista, essas classes são representadas, respectivamente, pelos proprietários privados do capital, e portanto os donos dos meios de produção, e do outro lado por uma massa de assalariados sem posses, que dispõe apenas de sua força de trabalho.

O marxismo enxerga o proletariado como a única classe social capaz de destruir essa forma de exploração do homem pelo homem, através da destruição do capitalismo. Isso seria alcançado quando o proletariado chegasse ao poder, através da revolução. Ao atingir o poder, os trabalhadores eliminariam as desigualdades, abolindo as classes sociais e tornando a sociedade igualitária. Quando isso acontecesse, estaria assinalada a passagem do socialismo para o comunismo.

Além de propor a extinção das classes sociais através da revolução, o socialismo científico defende ainda:

  • A socialização dos meios de produção: todas as formas de produção, como as indústrias por exemplo, passam a pertencer à sociedade e são controladas pelo Estado. Com isso, a riqueza deixa de ser concentrada nas mãos de uma minoria privilegiada.
  • Abolição da propriedade privada e controle do Estado sobre a divisão igualitária da renda.
  • Economia planificada: todos os setores econômicos passam a ser controlados e dirigidos pelo Estado, que determinará os preços, os salários e a regulação do mercado como um todo.


Fonte: Politize



História Geral da África - UNESCO



Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010

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