segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Dom Pedro I
Dom Pedro I (1798-1834) foi o primeiro Imperador do Brasil. Outorgou a primeira Constituição brasileira, que vigorou de 1824 até 1889 com o fim do Império.
Dom Pedro I (1798-1834) nasceu no Palácio de Queluz, Portugal, no dia 12 de outubro de 1798. Filho de Dom João e de Dona Carlota Joaquina de Bourbon passou seus primeiros anos no Palácio de Queluz, cercado de governantas e professores. No dia 7 de março de 1808, com 9 anos de idade, chegou ao Brasil, junto com a família real que fugindo das tropas napoleônicas instalou-se no Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista.
O jovem Pedro sabia latim suficiente para ler certos clássicos da antiguidade, estudava pintura, francês, inglês e música, chegando a compor e tocar pequenas peças. Dedicava-se também à equitação. Avesso aos estudos preferia a vida ao ar livre no palácio de São Cristóvão e na fazenda Santa Cruz.
Em março de 1816, com a morte de sua avó Dona Maria I, Dom João VI é aclamado Rei de Portugal e Dom Pedro torna-se Príncipe Real e herdeiro direto do trono, em virtude da morte do seu irmão mais velho, Antônio.
Muita gente estava a par das façanhas amorosas do jovem conquistador, mas depois de demoradas negociações diplomáticas, estava a caminho do Brasil a Arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina, filha do imperador da Áustria, que fora a escolhida para esposa de Dom Pedro. Casam-se no dia 5 de novembro de 1817, e juntos tiveram sete filhos.
Em 1820 Portugal passava por grave crise política e social. A Revolução Liberal do Porto se espalhou por todo pais. A Constituição era a palavra de ordem. No dia 26 de abril, Dom João volta para Portugal, ficando Dom Pedro como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal e que o Brasil voltasse à condição de colônia.
O decreto vindo da corte provocou grande desagrado popular. Um abaixo-assinado com oito mil assinaturas foi levado a Dom Pedro, solicitando sua permanência no Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822, cedendo às pressões o príncipe declara: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico". O Dia do Fico era mais um rompimento com Portugal. A atitude de Dom Pedro desagradou a Corte Portuguesa, que suspendeu o pagamento de seus rendimentos.
Com a popularidade cada vez mais em alta, quando viajava de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Descontente, ali mesmo, em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI, resolveu romper definitivamente com a autoridade paterna e declarou: "Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!".
De volta ao Rio de Janeiro, Dom Pedro foi proclamado Imperador Constitucional do Brasil. A cerimônia teve lugar no Campo de Santana, hoje Praça da República. No dia 1 de dezembro, recebeu a Coroa Imperial. Entre abril e novembro de 1823, reuniu-se com os Deputados eleitos para dar ao país sua primeira Carta Magna.
Com a morte de D. João VI, em 1826, decidiu contrariar as restrições da Constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV. Foi a Portugal, mas constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono sua filha primogênita, de 7 anos, Maria da Glória, como Maria II, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel.
No dia 11 de dezembro de 1826, falece Dona Leopoldina. No dia 28 de agosto de 1828, casa-se com Amélia de Leuchtenberg. Aos poucos, Dom Pedro foi perdendo o prestígio. Os constantes atritos com a assembleia, a demasiada atenção dada às questões portuguesas, a crescente interferência de sua amante, a Marquesa de Santos, nos negócios do Governo o tornou impopular aos olhos dos súditos. Após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono, no dia 7 de abril de 1831, em favor de seu filho Pedro, então com cinco anos de idade.
Voltando a Portugal, com o título de Duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos.
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon morreu de tuberculose, no palácio de Queluz, no dia 27 de setembro de 1834. Foi sepultado no Panteão de São Vicente de Fora, como simples general e não como rei, como determinava seu testamento. No sesquicentenário da independência do Brasil, em 1972, seus restos mortais foram trazidos para a cripta do Monumento do Ipiranga, em São Paulo.
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