O Manifesto de Unabomber, trata-se de um caso que provocou muito alarido: a referida publicação foi conseguida como garantia que a partir daí terminariam os atentados com bombas artesanais que vinham sendo dirigidos a acadêmicos, e que ao longo de mais de uma década vitimaram dezenas de “alvos”, três deles mortalmente. De certa maneira essa publicação foi uma proeza, pois o conteúdo e extensão do texto deveriam em princípio condená-lo à obscuridade; pelo contrário, teve a atenção de muita gente nos Estados Unidos e também mundialmente, sobretudo após a captura em 1996 do presumível autor (Theodore Kaczynski o Unabomber), ex-acadêmico que vivia como eremita numa zona remota do noroeste do país. A redação está sempre na primeira pessoa do plural, o que pode ser apenas para dar a ilusão de se tratar do manifesto de um grupo de ação política (“FC”), no qual Kaczynski estaria pelo menos implicado; se de fato ele é o único autor tanto do texto como dos referidos ataques à bomba, são questões que o processo judicial onde Kaczynski foi arguido pouco fez para esclarecer (segundo parece, a sua declaração de culpado foi sob coação). Seria talvez desnecessário precisar que a presente tradução não implica necessariamente qualquer forma de solidariedade para com os atentados à bomba e mesmo com diversos pontos de vista expendidos no texto original; visa pôr em destaque certas reflexões sobre as sociedades industrializadas e em particular sobre o controle dos indivíduos nessas sociedades, assim como difundir a análise que faz sobre formas de atuação face aos problemas que aborda. Nesse aspecto pode considerar-se um texto de notável acuidade e lucidez.
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