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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Transformações na Inglaterra nos séculos XVII e XVIII



No século XVII, basicamente, todas as potências europeias viviam sob o regime das monarquias absolutistas. No entanto, com o passar dos anos, as críticas ao excessivo centralismo político por este Estado absolutista começaram a ganhar força. A burguesia era o grupo social responsável pelos principais ataques desferidos contra esse tipo de governo, o qual identificava como um poderoso empecilho ao desenvolvimento de práticas econômicas mais liberais e lucrativas.

A maioria da burguesia era composta de religiosos chamados de puritanos, que se destacaram nas criticas ao absolutismo. Chamados assim, pois não se usavam bebidas alcoólicas, fumos e buscavam uma vida “pura”. Os puritanos foram influenciados por conceitos calvinistas de valorização do trabalho. O sucesso econômico era visto pelos puritanos como bênçãos de Deus.

A monarquia inglesa, consciente de sua dependência econômica dos puritanos, sempre realizava um “esforço duplo”, ora apoiando a burguesia puritana, em outro momento apoiando a nobreza anglicana. Porém, quando apoiava a nobreza anglicana, fazia-o perseguindo de forma dura os burgueses puritanos, principalmente através de altas taxas (questões fiscais), onde muitos acabaram por fugir para a região norte da América.

Durante o reinado de Carlos I (1625-1649), este procurou aumentar a sua monarquia absolutista,
dissolvendo o Parlamento, que era dominado pela burguesia puritana. Os puritanos reagiram e aprovaram no Parlamento a Petição de Direitos, uma lei onde limitava o poder do rei, que o impedia, por exemplo, de aumentar impostos sem aprovação do Parlamento (isso significava o fim do absolutismo). O rei ordenou o fechamento do Parlamento, que permaneceu assim por uma década.

Depois desse período, o rei permitiu a volta do Parlamento, contudo com repressão militar. Cansados desse controle, os puritanos organizam um exército parlamentar, comandado por Oliver Cromwell, o que resultou em uma Guerra Civil que durou seis anos, com a vitória do Parlamento, onde Carlos I foi executado e instaurada a República.

Oliver Cromwell recebe o título de Lorde Protetor da Inglaterra e passa a governar, inclusive com
direito de nomear seu sucessor. Tudo o que Cromwell criticava na monarquia absolutista, ele também faz durante seu governo, sendo centralizador (tomava sobre si todas as decisões) e autoritário (não gostava de outras opiniões), o que desagradou seus aliados.

Em 1651, Cromwell decreta o Ato de Navegação. O Ato de Navegação foi uma série de leis que tornavam o uso de navios estrangeiros (qualquer um que possuísse bandeira diferente da Inglesa) proibido para todo o comércio entre o Reino Unido e suas colônias pelo mundo, pois era costume da burguesia puritana utilizar navios holandeses para o transporte de mercadorias. Os holandeses se revoltaram, mas foram vencidos. Com o Ato de Navegação, aumentou a concentração de riqueza nas mãos da burguesia.

Com a morte de Oliver Cromwell, Ricardo Cromwell, seu filho, assume o o governo, porém não possui muitas alianças políticas como seu pai e foi deposto com menos de um ano de governo. Carlos II foi convidado a assumir o trono inglês, desde que assinasse a Petição de Direitos. Ele concordou, contudo, assim que assumiu o trono, passou a tomar medidas claramente absolutistas. Novamente as questões fiscais e religiosas trouxeram disputas entre o Parlamento e a nobreza.

Quando Jaime II assume o trono, deixa claro que vai se tornar ainda mais absolutista. O Parlamento organiza novamente o seu exército, oferecendo o trono a Guilherme de Orange, genro de Jaime II.

Em 1688, três anos após Jaime II assumir o trono, o exército parlamentar se move para depor o rei.
Ao saber disso, o rei Jaime II foge e suas tropas desertaram. O Parlamento inglês vence, sem haver
necessidade de derramar sangue. Por esse motivo, esse evento foi chamado de Revolução Gloriosa.
Guilherme de Orange, assume o trono e assina a Declaração de Direitos (Bill of Rights). Com
essa declaração o rei perdia direitos, como por exemplo, dissolver o Parlamento, vetar leis e aumentar
impostos sem o consentimento do Parlamento. Desta forma, o exercício do Poder Executivo estava nas mãos do Parlamento, que indicaria um Primeiro-Ministro, a qual exerceria um poder de fato. O rei, na prática, se torna como um diplomata, representando o reino. Este modelo de governo, chamado de Monarquia Parlamentarista (ou Monarquia Constitucional), significou o fim do absolutismo na Inglaterra e permanece até os dias atuais na Inglaterra.

A formação da Monarquia Parlamentarista resultou em um aumento do poder da burguesia, que
estabeleceu as bases políticas e econômicas para a futura Revolução Industrial na Inglaterra.

Professor: Heber Ferraz Torres – História.




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