A Primeira República no Brasil foi iniciada em 15 de novembro de 1889, com o fim da monarquia, e durou até a Revolução de 1930, quando passou a ser chamada de República Velha.
Também foi denominada pelos historiadores por República Velha, República Oligárquica, República de Coronéis e República do Café com Leite.
O primeiro presidente da Primeira República foi o Marechal Deodoro da Fonseca e o último Washington Luís. Em 1891, Deodoro da Fonseca renuncia e, em seu lugar, assume Floriano Peixoto.
O regime, de república presidencialista, foi escolhido pelo voto popular em 1893, quatro anos depois da edição da primeira Constituição do País.
A Primeira República ou República Velha é dividida em dois períodos:
- República da Espada – 1889 – 1894: governos militares de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto
- República Oligárquica - 1895 – 1930: governos das oligarquias rurais de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. É o chamado coronelismo, praticado, principalmente, pelos cafeicultores.
Características
- Fazendeiros dominavam o poder, exercido pela troca de favores
- A economia predominantemente rural, com ênfase na produção de café
- Também era marcante a produção de açúcar, algodão, borracha e cacau
- Início do desenvolvimento industrial
- Início dos movimentos operários pela instituição de direitos trabalhistas
- A maioria da população era analfabeta
- Dos 12 milhões de habitantes, somente 10% conseguia participar do processo eleitoral
- Fim do voto censitário, que exigia 200 mil réis para votar
- Instituição do voto aberto para maiores de 21 anos
- Não podiam votar as mulheres, soldados, analfabetos e pobres
- Os coronéis indicavam em quem o eleitor pobre deveria votar (voto de cabresto)
- A Justiça Eleitoral não era independente
- Mudanças sociais e econômicas com a chegada de imigrantes
Política dos Governadores
Era o sistema de alianças baseado na troca de favores. O principal articulador desse sistema foi o Campos Sales, um fazendeiro paulista que foi o segundo a ocupar a Presidência da República.
Seu papel consistia em articular o sistema de alianças entre os governos dos Estados e o federal.
Nesse sistema, os governadores apoiavam a eleição de um Congresso Nacional favorável ao presidente. Em troca, recebiam mais recursos e abriam cargos para os aliados.
O resultado das eleições estava a cargo de uma Comissão Verificadora. Essa comissão era favorável a presidente e, não raro, distorcia resultados aprovando nomes de deputados e senadores aliados.
É por esse motivo que a eliminação dos adversários ficou conhecida como degola.
Política do Café-com-leite
Esse foi o nome dado à alternância de poder de presidentes de Minas Gerais e São Paulo. Minas era produtora de leite e São Paulo de café.
Os dois estados dominados pelo PRM (Partido Republicano Mineiro) e PRP (Partido Republicano Paulista).
Convênio de Taubaté
A situação da política brasileira foi modificada drasticamente pela economia. A base econômica era o café, responsável por 50% das exportações durante toda a Primeira República.
A produção brasileira assumiu a oferta de dois terços do mercado internacional. Aspirando mais lucro, fazendeiros aumentaram a produção e começaram a receber mão-de-obra estrangeira assalariada.
O plano resultou em excesso de produto e o preço caiu drasticamente. O Convênio de Taubaté tinha a finalidade de solucionar a crise.
O governo passou a estocar o excedente para vender quando dos preços melhorassem. Dessa maneira, os fazendeiros não quebrariam. Para comprar o café produzido em excesso, o governo fez empréstimos no exterior.
A superprodução continuou e o governo estocou café sem conseguir encontrar oportunidade para venda.
Movimentos Sociais
O período da Primeira República é mercado pela industrialização. Muitos recursos para a indústria saíram dos cofres do governo, que comprava o excedente de café dos fazendeiros.
A expansão resultou em contratações e na necessidade natural de garantias de direitos trabalhistas. Começam aí intensos movimentos operários.
O Brasil contava com 600 fábricas e empregava 54 mil operários em 1889. Em 1922, já eram 13 mil fábricas empregando 275 mil trabalhadores.
A maioria das fábricas, 31%, estava localizada na cidade de São Paulo. Os donos impunham pesadas cargas de trabalho, com até 15 horas de produção diária.
Não havia direito a férias, os salários eram baixíssimos e as instalações insalubres. Também não era rara a violência física, principalmente contra as crianças de 7 a 14 anos.
Contra a situação, foi criado em 1917, o Comitê Popular de Agitação. O objetivo era evitar a exploração dos trabalhadores menores de idade.
Esse movimento é o precursor da atividade sindicalista brasileira. Ainda em 1917, ocorre em São Paulo a primeira Greve Geral do Brasil.
Golpe de 1930
O ciclo da Primeira República chega ao fim com o Golpe de 1930, quando Getúlio Vargas assume a Presidência, impedindo a posse de Júlio Prestes, eleito democraticamente.
Fonte: Toda Matéria
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