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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O Mundo Árabe-Islâmico



Localizada entre o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico, a Península Arábica foi o berço da civilização árabe.

Tradicionalmente, os ocidentais explicam a origem do povo árabe por meio de Ismael, irmão mais velho de Isaque (pai do povo judeu), ambos filhos do patriarca Abraão. Portanto, árabes e judeus são “povos irmãos”, de origem semita.

Os árabes, descendentes dos antigos povos semitas, dominaram essa região se dividindo em dois grandes grupos: os beduínos, que viviam de forma nômade pelo deserto e criavam gado de pequeno porte; e os sedentários, que se dedicavam ao comércio nos centros urbanos da Península Arábica.

Os estudiosos árabes costumam dividir o povo árabe em três grupos:
- Árabes puros: descendentes de Sem, filho de Noé. Seriam os primeiros a chegar na região da
Península Arábica após o Dilúvio;
- Arabizados: não são da etnia árabe, mas falam a mesma língua e possuem costumes semelhantes;
- Moçárabes: descendentes de Ismael, filho de Abraão.

Divididos em cerca de 300 tribos, na antiguidade, os árabes não tinham uma unidade política. Muitas dessas tribos guerreavam entre si de acordo com as disputas de interesses. Essa mesma falta de unidade também se manifestava no campo religioso, na idolatria a diferentes deuses, geralmente antropozoomórficos.

A cidade de Meca era o grande centro de adoração religiosa da época, onde se localizava um templo
chamado Kaaba. Na Kaaba se concentravam grande parte dos centros de adoração aos deuses árabes.



Dessa maneira, Meca tornou-se um grande centro comercial devido os diversos sacrifícios e a grande quantidade de fiéis que atravessavam aquela cidade. Foi nessa época, em 570 d.C. que nasceu Maomé, um garoto pertencente a uma família de comerciantes da tribo coriaxita. Ao chegar à idade adulta, Maomé ingressou na organização das caravanas comerciais que seguiam viagem por diferentes pontos do Oriente Médio. Entrando, em contato com diferentes culturas, Maomé acabou conhecendo valores da cultura oriental e judaica.

Em certa noite, ele teve a visão do anjo Gabriel que lhe contou sobre a existência de Alá, o único deus verdadeiro. Após receber a mensagem divina, em 622 d.C, Maomé passou a disseminar uma nova crença monoteísta: o Islamismo. uma palavra árabe que significa “submissão”. Aqueles que obedecem a Alá (Deus), e aceitam Maomé como seu profeta, são chamados de muçulmanos, que deriva do árabe (“aslama”) e significa “submetido a Deus”. Assim, “muçulmano” é aquele que segue o “Islã”. Não se pode confundir “árabe” com “muçulmano”.

Enquanto o árabe representa etnia ou nacionalidade, o muçulmano é o indivíduo que aceitou a religião islâmica. Portanto, existem árabes que são cristãos e também existem brasileiros que são
muçulmanos (seguem a religião do Islã).

Os comerciantes de Meca dependiam dos lucros obtidos pelas atividades religiosas politeístas da
cidade. Insatisfeitos com a pregação de Maomé (de monoteísmo: adorar somente Alá), os comerciantes da cidade expulsaram o profeta e seus seguidores, que se instalaram na cidade de Iatreb (atual Medina). A fuga de Maomé para Yatreb, conhecida como Hégira, marcou o início do calendário islâmico. Depois de ampliar seu número de seguidores, Maomé organizou um grupo que invadiu e tomou controle da cidade de Meca.

Depois de sua morte, em 632 d.C., o mundo árabe passou por um processo de expansão territorial
justificado pela Jihad ou Guerra Santa. Segundo o princípio da Jihad, os fiéis seguidores do islamismo deveriam lutar contra os infiéis e disseminar os valores de sua fé pelo mundo.

No início do século VIII, com a ascensão da dinastia dos Omíadas, iniciou-se o processo de expansão e conversão ao islamismo. Na metade do século VIII, os Abássidas assumem o poder, aumentando ainda mais os territórios conquistados. O controle do Império Islâmico foi passado aos Califas (reis), que deveriam descender diretamente da linhagem de Maomé.

Tendo o Alcorão (ou Corão) como principal livro sagrado, os muçulmanos eram orientados a fazer cinco orações por dia com o rosto voltado para Meca, dar esmolas, jejuar durante o mês sagrado do Ramadã e visitar Meca, ao menos uma vez na vida.

Com o passar do tempo, um segundo livro foi organizado e nele foram reunidos os mais conhecidos
relatos da vida de Maomé e seus grandes feitos. Esse livro ficou conhecido como Suna. Os muçulmanos se dividiram em sunitas (aqueles que consideravam a Suna tão sagrada quanto o Alcorão) e xiitas (fiéis apenas ao Alcorão). Os xiitas defendiam uma perspectiva política onde somente os descendentes diretos de Maomé deviam controlar os árabes.

Vários sãos os legados dos árabes para o mundo, por exemplo, na arquitetura, com a construção de
mesquitas (igrejas islâmicas). Na medicina, defenderam a tese de que certas moléstias são transmitidas por contágio. Na filosofia, os árabes estudavam as obras de Aristóteles e espalharam pelo ocidente o pensamento aristotélico.

Professor: Heber Ferraz Torres – História.


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